Dois
assuntos dominaram as redes sociais e
grupos de Whatsapp dos piauienses nos últimos dias: a nuvem de 100 km de
extensão sob o munícipio de Uruçuí e o alerta de fortes chuvas para o Estado
emitido por setores nacionais de meteorologia. É grave? É catastrófico?
Especialistas em Meteorologia garantem que não e criticam a “ignorância” de
quem “viraliza” essas informações como se elas fossem anormais dentro do
período chuvoso.
O
professor de Climatologia da Universidade Estadual do Piauí, Werton Costa,
disse ao Cidadeverde.com que os alertas são reais, mas ressalta que a população
não precisa entrar em desespero achando que esses fenômenos são raros.
"As
pessoas possuem memória curta. Passamos quase cinco anos de seca, quando as chuvas
começam a se apresentar no período é normal qualquer imagem de satélite mostrar
um conjuntos de nuvens ocupando dezenas e até centenas quilômetros de extensão.
E isso não quer dizer que essa nuvem inteira vai se desabar em forma de chuva.
Esses aglomerados de nuvens são normais dentro do período chuvoso. Estamos numa sociedade que é pouco preparada,
diferente dos japoneses, americanos, europeus, que já internalizam a ideia de
um alerta. Como temos a cultura de lidar com a natureza, existe muito ignorância
e esses tipos de virais se espalham com muita facilidade”, ressaltou o
professor Werton Costa.
O
especialista em Climatologia esclarece, ainda, que os alertas de chuvas são
feitos diariamente.
“Todo
alerta é nomeado a partir de uma escala de cores. Verde significa nenhum
problema, amarelo estado de atenção, laranja perigo, e vermelho estado grave.
Foi emitido no dia 13 de fevereiro alerta laranja para Uruçuí, indicando
possibilidade de chuva acima da media.
Na madrugada do dia 13 para 14 o alerta foi reduzido para padrão
amarelo. Choveu 56 milímetros em Uruçuí e 53 milímetros em Floriano, normal
para este período”, esclarece o professor.
A
meteorologista Sônia Feitosa, da secretaria estadual do Meio Ambiente, também
negou que aconteçam “tempestades catastróficas no Piauí” e criticou o alarde
feito em torno um alerta comum para este período do ano.
"Ontem
várias pessoas ligaram para o meu telefone porque viram esse alarde que na
cidade querendo saber dessa grande tempestade que iria acontecer no Piauí. A forma como foi compreendida pela população
aterrorizou muita gente. Uma pessoa me
ligou dizendo que foi para o hospital porque estava passando mal. A Semar não
foi responsável por esse alarde. Na realidade a causa das chuvas foram
instabilidades formadas principalmente pela Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT) e ainda pela atuação de um Vórtice ciclônico de Altos Níveis (VCAN).
Esses dois sistemas formam nuvens propícias a chuvas volumosas e não é nenhuma
surpresa para essa época do ano”, explica Sônia.
Fonte: cidadeverde