O
Piauí notificou 99 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), sendo
que, desses, 32 foram considerados influenza H1N1, sem mencionar os casos de
gripe comum. Afinal, o que diferencia uma doença da outra? Conversamos com o
médico infectologista Carlos Henrique Costa, que nos explicou o que é cada
caso.
Influenza
"É
um vírus que causa infecção respiratória e propaga-se rapidamente",
explica Carlos Henrique Costa. “Influenza é gripe, denominado um vírus
especificamente. Gripe é um conjunto de sintomas que se chama sintoma gripal. O
vírus da influenza é uma das causas da síndrome gripal”, completa o médico.
Há
diferenças nos sintomas da gripe comum e influenza H1N1
Influenza
H1N1:
• febre com mais de 39º e início súbito;
• dor de cabeça intensa;
• calafrios frequentes;
• cansaço extremo e falta de ar;
• tosse contínua e seca;
• dores musculares intensas;
• ardência nos olhos intensa;
• dor de garganta leve;
• catarro pouco comum
Gripe
comum:
• febre moderada, que não chega aos 39º;
• dor de cabeça moderada;
• calafrios esporádicos;
• cansaço moderado;
• dores de garganta intensas;
• tosse moderada;
• catarro forte com congestão nasal;
• dores musculares moderadas;
• ardência nos olhos leve.
Após
apresentar os sintomas, deve procurar orientação médica e o tratamento deve
iniciar em 48 horas.
O
que é Síndrome Respiratória Aguda Grave( Srag)?
“É
uma gripe grave, literalmente. É uma síndrome clínica que é mais grave. A
pessoa fica cansada, tem febre alta, a pessoa pode ter um colapso da
circulação, a pressão cai muito. Tem alteração, infecção de outros órgãos. É
uma gripe grave, causada pelos mesmos agentes da gripe e o vírus da influenza é
um deles. H1N1, H2N3 e outros vírus podem causar essa síndrome, que é a
evolução de um quadro mais grave”, explica Carlos Henrique.
H1N1
pode matar?
“H1N1
pode matar sim. Particularmente, as pessoas mais vulneráveis, que são as
criancinhas pequenas; idosos, com mais de 60 anos; gestantes; puérperas e
pessoas com co-morbidade, que tenham outras doenças: diabetes, doenças do
pulmão, do coração, infecção pelo HIV, câncer. Esses grupos podem aumentar a
probabilidade de morrer, porque são pessoas que têm chance maior de ter uma
doença mais séria que os demais”, comenta o médico.
Pessoas
que devem ser vacinadas até o dia 1º de junho:
• indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
• crianças de seis meses a menores de cinco
anos de idade (quatro anos, 11 meses e 29 dias);
• gestantes e puérperas;
• trabalhadores da saúde;
• povos indígenas;
• grupos portadores de doenças crônicas não
transmissíveis e outras condições clínicas especiais;
• professores das escolas públicas e
privadas;
• adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de
idade sob medidas socioeducativas;
• população privada de liberdade e os
funcionários do sistema prisional.
A
população deve procurar os postos de vacinação dos seus municípios.
Como
H1N1 é transmitido?
Acredita-se
que o H1N1 possa ser transmitido da mesma maneira pela qual se transmite a
gripe comum. Os vírus da influenza se disseminam de pessoa para pessoa,
especialmente por meio de tosse ou espirros das pessoas infectadas. Algumas
vezes, elas podem se infectar tocando objetos que estão contaminados com os
vírus da influenza e depois tocando a boca ou o nariz.
Algumas
medidas simples a se tomar
“Lavar
as mãos, principalmente. Se estiver tossindo, use o álcool gel. Pegou na
maçaneta, passa a mão no álcool gel. São cuidados fundamentais que a pessoa
deve ter”, diz Nery.
Cuidados
com falsas notícias
"Tem
muitas informações circulando pelas redes sociais. São pessoas leigas, às
vezes, bem intencionadas, muitas vezes, mal intencionadas, que espalham
notícias geralmente inverídicas, que não têm valor científico nenhum, a não ser
causar ansiedade e medo. O que vai gerar uma corrida aos postos de vacinação,
fazendo com que se esgote o estoque de vacina ou de remédios, que deve ser dado
a pessoas que têm prioridade", explica Carlos Henrique.
"Pessoas
jovens, de 40 anos e que não tenham co-morbidade, não devem receber a vacina
antes de uma criança pequena, de uma pessoa que está doente e de um idoso. É
uma questão fundamental", completa o profissional.
"Falsas
notícias alimentam esse estado de pânico e as pessoas querem “salvar sua pele”
primeiro, como se diz, e deixam as pessoas vulneráveis. Quando houver dúvida, é
simples: procure entrar nos sites oficiais, do Ministério da Saúde e da
Secretaria da Saúde, que juntam as informações de todo país e são esses os
dados que as pessoas devem se orientar”, pontua o médico.
Fonte: cidadeverde