Após
uma queda em 2016, os casos registrados de sarampo e poliomelite aumentaram em
2017 em todo o mundo, segundo as estimativas de imunização mais recentes
divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo UNICEF. A baixa
cobertura vacinal em alguns países contribuiu para a alta dos casos no último
ano.
Em
2017, foram registrados no mundo:
-
Sarampo: 173.330 casos, um aumento de mais de 41 mil casos em um ano. Destes,
775 casos foram na região das Américas.
-
Poliomelite: 96 casos, 54 casos a mais do que 2016. Nenhum caso confirmado na
região das Américas, apesar de uma suspeita que foi descartada na Venezuela.
-
Difteria: mais de 16 mil casos registrados, um aumento de mais 9 mil casos em
comparação com 2016. Destes, 872 casos foram na região das Américas.
-
Síndrome da Rubéola Congênita (SRC): 830 casos em 2017, um aumento de 367 casos
se comparado com 2016.
-
Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) é quando a infecção pelo vírus da rubéola
acontece durante a gravidez, principalmente no primeiro trimestre, e pode
comprometer o desenvolvimento do feto e causar aborto, morte fetal e anomalias
congênitas.
A
OMS faz um alerta de que estas doenças podem ser prevenidas com vacinas. E
também ressalta que pode haver subnotificação dos casos, já que nem sempre os
países conseguem informar dados precisos.
Sarampo
Globalmente,
85% das crianças foram vacinadas com a primeira dose da vacina contra o sarampo
no primeiro ano de vida, através dos serviços de saúde de rotina e 67% com uma
segunda dose.
Apesar
disso, segundo o relatório, os níveis de cobertura permanecem bem aquém da
cobertura de imunização contra o sarampo recomendada pela OMS, que é de pelo
menos 95% para evitar surtos, evitar mortes evitáveis ??e alcançar metas de
eliminação regional.
Em
2017, a OMS chegou a emitir um alerta depois que os casos de sarampo aumentaram
400% na Europa. A maioria dos casos aconteceram na Ucrânia, Romênia e Itália.
No
Brasil, são dois surtos em 2018: em Rondônia (200 casos confirmados e 2 mortes)
e no Amazonas (263 casos). Quatro casos também foram registrados no Rio de
Janeiro e estão sob investigação. Também há notificações de 7 casos no Rio
Grande do Sul.
Em
2017, dez países tinham cobertura contra difteria, tétano e coqueluche (DTP3)
ou contra o sarampo abaixo de 50%: Angola, República Centro-Africana, Chade,
Guiné Equatorial, Guiné, Nigéria, Somália, Sudão do Sul, República Árabe da
Síria e Ucrânia.
Vacinação
infantil no Brasil
No
Brasil, a vacinação de crianças menores de um ano teve seu menor índice de
cobertura em 16 anos.
A
vacina Tetra Viral, que previne o sarampo, caxumba, rubeóla e varicela,
apresenta o menor índice de cobertura: 70,69% em 2017. Seguido da vacina de
Rotavírus Humano que ficou 20% abaixo da meta.
Já
o índice de cobertura contra a poliomelite ficou em 77%. O Ministério da Saúde
informa que 312 municípios brasileiros estão com baixa cobertura para a vacina
contra a poliomelite: eles não chegaram a vacinar nem metade das crianças
menores de um ano.
Vacinação
infantil no mundo
Em
todo o mundo, cerca de 123 milhões de bebês, 9 em cada 10, receberam pelo menos
uma dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche em 2017.
No
entanto, a estimativa é que 20 milhões de crianças ainda precisam ser vacinadas
contra difteria, tétano e coqueluche (DTP3) ; 45 milhões de crianças ainda
precisam ser vacinadas com uma segunda dose de vacina contra o sarampo e 76
milhões de outras crianças precisam ser vacinadas com 3 doses de vacina
conjugada pneumocócica.
Desde
2015, o percentual de crianças que receberam o esquema completo de três doses
de vacinas de rotina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP3) é sustentado
em 85% (116,2 milhões de bebês). Um pouco abaixo dos 95% recomendados.
Dos
19,9 milhões de bebês que não são totalmente vacinados com DTP3, quase 8
milhões (40%) vivem em ambientes frágeis, incluindo países afetados por
conflitos. E cerca de 5,6 milhões deles vivem em apenas três países -
Afeganistão, Nigéria e Paquistão - onde o acesso aos serviços de imunização de
rotina é fundamental para alcançar e sustentar a erradicação da pólio.
O
relatório ressalta que a imunização é um alicerce de uma forte atenção primária
à saúde e cobertura universal de saúde e fornece um ponto de contato para os
cuidados de saúde no início da vida e oferece a todas as crianças a chance de
ter uma vida saudável desde o início.
Fonte:
G1